segunda-feira, 28 de junho de 2010

Caça submarina em Natal/RN: Conhecendo o mar.



No início, há tantos anos atrás que nem me lembro quando, recordo que me aventurava na costa da praia de barra de tabatinga com espetos de guarda-chuvas com ligas de soro, atrás de presas que chamassem a minha atenção. Tentar caçar uma caraúna (peixe da foto) era um grande desafio e exigia muito empenho para concretizar a vitória do mini-caçador sobre sua presa. Eu não devia ter completado uma década de vida, quando já era apaixonado pelo mar e por suas criaturas diversas. Sempre me fascinei pelos peixes sempre mais velozes do que eu, por polvos tão inteligentes, por lagostas tão espinhosas, moréias tão aterrorizantes, caranguejos tão fortes e corais tão coloridos. Não tinha nenhuma consciência ecológica e caçava minhas presas pelo simples motivo de superar suas habilidades sob a água, tão superiores às minhas próprias aptidões. Cresci fora da água, mas minha cabeça nunca deixou de admirar esse mundo tão incompatível comigo. Aventurar o desconhecido ecossistema marinho era como ter uma vida paralela, livre dos problemas mundanos tão repetitivos na rotina de qualquer um. Cresci dentro e fora da água, me desenvolvendo e aperfeiçoando as técnicas infantis à medida que descobria novas formas de esquecer meus medos e alcançar minhas presas. Aos 14 anos ganhei a minha primeira arma, uma mini-cobra de ar-comprimido, e logo consegui obter presas maiores e mais saborosas. Caraúnas não faziam mais parte do meu leque de presas, mas continuavam embelezando os mergulhos com suas cores vibrantes: pretas, azuis e amarelas. À medida que caçava saunas, galos, dentões e pirambús, começava a aprender a respeitar a vida marinha, poupando presas que aprendi a admirar por sua beleza e importância biológica. Corais que propiciavam a vida no mar, seus peixes coloridos, que atraiam predadores maiores para dentro do coral, lagostas, polvos e diversos outros animais que parei de caçar simplesmente por admirar sua beleza. Passei mais de 10 anos realizando mergulhos rasos no litoral do meu estado RN antes de começar a me aventurar em águas mais profundas. Quando parti para esse novo mundo, descobri que o esporte é bem diferente do que o que costumava praticar, mas essa é outra história...

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