segunda-feira, 23 de agosto de 2010

"Carreira d'água"


Nesse último sábado, dia 21 de agosto, participei de um mergulho nos “batentes”, partindo da praia Muriú juntamente com meus dois amigos Renato e Tiego. Como há muito tempo a água não fica limpa na costa, decidimos mergulhar em águas mais profundas, na esperança de encontrar qualidades ideais para a prática do mergulho. Embarcamos no “bote” de Bahia e rumamos para o azul, com as expectativas melhores possíveis. Durante todo o dia choveu e com a chuva veio o frio, condição combatida com um bom neoprene. Atualmente utilizo uma roupa de neoprene da mormaii, com espessura de 3.2mm, e estou muito satisfeito com a mesma. Mesmo sobre um bom barco, seguro, amplo e com um motor de três cilindros, demoramos duas horas para chegar ao primeiro “cabeço”, o “cabeço da bicuda”. A água estava linda, “roxa”, como nunca havia presenciado. Mas, mesmo com uma visibilidade de trinta metros, a profundidade de cerca de vinte e dois metros, juntamente com a forte correnteza, dificultaram a pescaria. Nunca estive em águas tão fortes. A “carreira d’água” estava de tal forma que em uma “descida” para o cabeço, reaparecíamos cerca de vinte metros mais distantes. Mesmo assim insistimos. Logo no primeiro mergulho deu para escutar os sons provocados por baleias e esses guinchados me acompanharam por todo o mergulho, fato novo para mim e muito prazeroso. Foi até possível avistar um filhote de baleia pulando sobre a água há certa distância do barco. Sob a água eu vislumbrei uma linda arraia chita, algumas pequenas arraias-de-fogo e uma bela tartaruga se alimentando entre rochas. Não encontramos peixes bons e logo partimos para outro cabeço. Rumamos para o “batentinho” e lá encontramos mais biodiversidade. Um imenso cardume de salemas nos recebeu, além dos peixes reis prateados, dentões sob as pedras, arraias-de-fogo na areia, cardumes de saberés, uma linda “gostosa” que me enganou, pois se parecia muito com uma moréia, pequenas serras, dentre outras espécies. O ambiente estava bastante propício para a caça se não fosse a “carreira d’água” que aumentava com a maré e impossibilitava o mergulho. Tentamos insistentemente caçar, mas fomos limitados pela correnteza, de tal forma que nunca havia presenciado. Explorar a região em torno do barco ficou impossível e a nossa única alternativa foi ficar segurando em uma corda presa ao barco e limitar o mergulho a um único local, acima do cabeço. Resultado da pescaria? Fraca. Apenas o suficiente para o almoço (foto acima), que por sinal estava delicioso. Voltamos muito cansados, mas sem arrependimentos. A busca por uma água perfeita continua. Abraços.

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